A flexibilidade dos espaços interiores e, obviamente, a qualidade planimétrica da casa, a torna singular em cada nível. A residência Rietveld Schröder é marcada pelo uso de cores primárias e idéias puras, buscando o universal. Abstração, precisão, geometria, pureza artística e austeridade.
A casa de dois pavimentos possui uma cozinha/sala de jantar/sala de estar reversível, um estúdio e uma área de leitura no pavimento térreo, e no segundo pavimento ficam os quartos e uma área de depósito, separados apenas por divisórias móveis.
A flexibilidade do espaço significava que não existia uma disposição hierárquica dos cômodos na planta. As paredes retráteis no andar superior, situadas em volta da escada central, foram feitas para proporcionar às crianças a opção de empurrar as divisórias durante o dia para brincar numa área aberta e de fechá-las durante a noite em quartos privados. Os três critérios para os quartos dos filhos eram que a cama deveria ser capaz de caber em duas posições diferentes, que cada quarto deveria ter acesso ao abastecimento de água e drenagem, e que todos deveriam ter uma porta de acesso direto ao exterior da casa.
Esse tipo de detalhe foi bem planejado por Rietveld e foi destaque em outras áreas do projeto, como as cores específicas para distinguir espaços ou funções diferentes. O entorno de Utrecht foi inicialmente considerado no projeto, no entanto o terreno no qual a casa foi construída se abria a poucas vistas dignas de enquadramento.
O singular da residência é a abordagem radical do projeto, o uso do espaço e a pureza de seus conceitos e idéias; visíveis na qualidade de transformação de espaços equilibrados, compostos por planos independentes. Rietveld deu um novo significado espacial às linhas retas e planos retangulares dos elementos estruturais: lajes, pilares e vigas.